segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Enterro de mortos em tiroteio é marcado por revolta

Enterro de mortos em tiroteio é marcado por revolta A versão da PM é que o estudante e o técnico em enfermagem morreram após confronto com os policiais Iracema Amaral - Repórter e Redação - 20/02/2011 - 18:19. Última Atualização: 22:28 Renato Cobucci Muitos compareceram ao cemitério para se despedir de Renilson e Jeferson Silva O ônibus da linha 102 (Nossa Senhora de Fátima/Hospital Evangélico) foi incendiado na noite deste domingo (20) na Praça Cardoso, no Aglomerado da Serra, Região Sul de Belo Horizonte. Com isso, já são três os veículos queimados desde sábado (19), quando dois homens teriam sido mortos pela Polícia Militar. Com o incêndio, a fiação elétrica foi atingida e houve explosões de transformadores no local. Sete pessoas foram detidas e houve um reforço na comunidade. Uma viatura de cada unidade policial de Belo Horizonte foi deslocada para o Aglomerado da Serra. No domingo, centenas de pessoas acompanharam, no Cemitério da Saudade, Zona Leste de Belo Horizonte, o enterro dos corpos do técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39 anos, e do estudante Jeferson Coelho da Silva, 17 anos, irmão e filho, respectivamente, do cabo do 22º Batalhão da Polícia Militar, Denilson Veriano da Silva, 43 anos. O velório foi marcado por revolta e muito choro, e ficou bem movimentado com a chegada de Venildo Veriano da Silva, tio e irmão dos mortos, que surgiu escoltado por policiais, vindo de uma penitenciária, onde cumpre pena por furto. A versão da PM é que o estudante e o técnico em enfermagem morreram após confronto com os policiais. Os dois estariam com um grupo no Aglomerado da Serra, que usava uniformes da corporação, por volta das 2h30 da madrugada de sábado (19) quando cruzaram com os policiais. Jeferson e Renilson foram identificados por familiares, no Instituto Médico Legal (IML), trajando roupas de civis. Os demais participantes do tiroteio com a polícia estariam foragidos. A comunidade reagiu às mortes ateando fogo, no sábado, em dois ônibus. Até este domingo (20), policiais haviam prendido três suspeitos de incendiar um dos dois veículos. O presidente da Associação de Moradores do Aglomerado da Serra, Gilson Guimarães, disse que a comunidade está “com medo de represália da polícia”. Um morador que não quis se identificar disse que a polícia teria tentado arrombar a casa onde mora na madrugada deste domingo. O motivo seria o fato de o tiroteio ter ocorrido próximo ao local onde mora. Jeferson e Renilson morreram com tiros nas costas, de acordo com o vereador Paulinho Motorista. O cabo Denilson disse que pretende tirar licença da corporação, e vai aguardar as apurações do caso para se manifestar. Na Vila Marçola, onde os ônibus foram incendiados, há policiamento reforçado. Mas, à noite, ainda revoltados com a morte dos dois, moradores da Vila Marçola enfrentaram agentes da Rotam. Dezenas de manifestantes gritaram "assassinos" na Praça Cardoso, enquanto policiais repeliam a manifestação com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Um dos populares foi atingido na boca por uma bala. Um helicóptero da polícia foi designado para sobrevoar o local. Os ânimos só acalmaram com a chegada de integrantes do movimento "Paz na Serra".

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